:: Deixe que os mistérios existam ::

domingo, outubro 29, 2006

Inquietudes, desejos, esperanças...

Espero um dia poder olhar tudo em retrospecto e perceber que as dificuldades que passei me fizeram aprender a caminhar com firmeza, pois assim poderei dizer que, de fato, tudo valeu a pena. Espero aprender com os problemas, com as adversidades e buscar soluções que não apenas resolvam, mas que me façam lutar por ideais ainda mais nobres. Espero que tudo isso não me faça perder a ternura, a docilidade, pois sei que o que deve prevalecer sobre todas as coisas é o amor, mesmo que seja algo tão difícil nos nossos dias.
Por isso desejo, incessantemente, que meu coração jamais endureça, que minhas emoções não sejam emoções que pressionam, mas que libertam. Que meu toque nunca seja para magoar, mas para afagar, consolar e que o meu carinho jamais desapareça, que ele não perca o vigor. Desejo perdoar tantas vezes quanto necessário, embora isso seja uma das tarefas mais difíceis de se realizar e que eu aprenda a perdoar, principalmente, a mim mesma.
Desejo que minhas paixões jamais se abalem, mas que, sobretudo, eu me apaixone a cada dia por mim mesma, mas sem deixar que o egoísmo se aflore. Que o meu silêncio não destoe do que precisa ser dito, que ele não seja tão silencioso a ponto de não refletir o seu significado mais profundo. Que minhas verdades sejam aceitáveis, mesmo que não prevaleçam, mas se prevalecerem, melhor.
Espero que meus medos, minhas angústias e anseios não ameacem e que as possíveis tristezas que os acompanhem não se acumulem, mas que facilmente desapareçam, pois a tristeza não é de todo ruim, mas nem por isso precisa permanecer. Que minhas amarguras não me façam companhia durante a noite, que elas não pairem sobre o meu travesseiro.
Minhas fantasias? Que elas não voem, não me escapem, que elas estejam ali, mas que um dia deixem de ser apenas fantasias, sem que sejam destruídas... e que a alegria esteja sempre ali, manifesta em toda e qualquer situação. Aprender a não perder a alegria é fundamental...
Desejo ser feliz e que essa felicidade não empobreça. E que todos esses desejos e esperanças nunca se apaguem.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Desabafo de uma mulher moderna!

Nada melhor do que um texto bem humorado e com uma boa dose de realidade pra gente começar com uma boa leitura. Não sei de quem é a autoria, mas possui um perfil facilmente delineável por suas palavras. Divirtam-se...

DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA

São 6h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até! Se tivesse cachorro, passearia com ele pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro.
Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar. Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos da mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela.
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço".
QUE ESPAÇO, MINHA FILHA !!!!!??? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer? Agora eles estão aí todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz!
Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim! E, PIOR, nos largando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre. Por que, me digam por que, um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo.
Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas.
Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especialidades. Viramos "super-mulheres", mas continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
Chega!!! Eu quero alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeirapara eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela.

* Ai, meu Deus, são 7h30, tenho que levantar! - e tem mais: que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?", pois eu descobri que é muito melhor servir. Ou pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna. Troco pelo de Amélia. Alguém mais se habilita? Antes eu sonhava, agora nem durmo mais...

sexta-feira, outubro 06, 2006

Quase...

Como hoje estou quase sem tempo, quase sem idéias, quase cansada, achei melhor deixálos com um texto atribuído a L. F. Veríssimo.
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si....Para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva)

quinta-feira, outubro 05, 2006

... sem inspiração ...

Como Fernando Pessoa é a pessoa, nada melhor do que uma poesia dele para um dia sem grandes inspirações.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

segunda-feira, outubro 02, 2006

¡¡¡Os dias passam devagar!!!

Será mesmo??? É interessante como um dia pode passar impressionantemente rápido e outro, que tem exatamente o mesmo tempo de duração, parece durar uma eternidade. Pra alguns o dia passou que nem deu pra perceber tantas coisas realizadas durante a sua jornada estafante... para outros talvez a jornada estafante tenha sido exatamente a demora do tempo em passar...
Os meus dias estão como a passar ao meu lado... as vezes dou uma mirada nos acontecimento diários e repenso tanta coisa... penso e deixo de pensar...
As vezes sinto envelhecer a cada dia... mas eis que rejuvenesço com uma diversão simples como uma criança, uma palavra boba, um sarcasmo exteriorizado. É, eu sou sarcástica mesmo, e daí? Alguns dizem: - Que maldade!! Mas no fundo pensaram o mesmo que eu.
Opa, mas eu prometi que ia falar sobre o trabalho, sobre como aproveitar o seu tempo, sobre como cada pessoa administra as 24 horas do seu dia. É, de novo acabei revelando mais sobre mim do que talvez deveria...
Acho que o assunto “Trabalhar demais” vai ficar para outro post. Desculpa Zé. Mas prometo fazê-lo.
O meu passado vai ficando cada vez mais longe e meu futuro se aproxima tanto que as vezes isso me assusta. E assim é a vida... algo muito bom e ao mesmo tempo meio estranho. Sinto saudades da minha infância e me vejo hoje aqui de uma forma que nunca pensei antes... e assim é o tempo... implacável (por isso não trabalhe tanto, viva um pouco mais – essa foi pra você) e passa depressa e quando olhamos o que passou talvez valorizamos o acontecimento certo na hora errada. Por isso, dê importância aos seus sentimentos, valorize aquilo que seu coração pede que você realmente dê valor.
A vida segue assim... corre com o fôlego de um atleta e deixa imensuráveis saudades, que tendem sempre a aumentar, fazendo-nos sonhar, sentir aquela dorzinha apertada no peito de algo que nos marcou, de pessoas com quem tivemos a oportunidade de conviver, daquelas que já partiram... e muitas vezes as pessoas partem dentro de nossos corações...
De tudo isso eu quero apenas viver e recordar, continuar a sorrir e passar a ver os meus dias dentro de mim e não como se passassem ao meu lado... não quero apenas observar, quero atuar!!!
Não sei. Não sei mais o que escrever, pois nada mais me vem ao pensamento a não ser lembranças... nostalgia, essa é a palavra pra esse momento. Pensamentos desconexos, confusão pairando por aqui... talvez resquícios que desilusões, sentimentos que foram jogados num vazio ou em pessoas vazias...
Um resquício de dor, de pavor, mas não de repugnância... seria demais...
Dor. Mas amanhã quero ver meu dia colorido, não em escalas de cinza... pois acabo de lembrar o quanto o colorido dos meus dias infantis me faziam bem e um novo aroma se dissipa no ar. É isso. Confusão nas palavras. Confusão aqui dentro...
Amanhã. Talvez...

Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirando
Ver seu sorriso enquanto você está dormindo
Enquanto você está sonhando longe
Eu poderia passar a minha vida nesta doce renúncia
Eu poderia ficar perdido neste momento para sempre
Todo momento que eu passo com você
É um momento que eu dou muito valor...